Causos engraçados, contatos por Amazio Lolita! Gato não podia ver circo que tinha leão e onça, não ficava um na cidade.
Na década de 70, instalou-se em Xique-Xique, um circo, depois de passar por várias cidades da região, levando alegria e entretenimento. O circo não era grande e sua estrutura não era das melhores. Além de palhaços, dançarinas, trapezistas, mágicos...tinha também um leão e uma onça, que tinha o seu domador. A vontade era de assistir ao espetáculo todos os dias. Porém, não tinha dinheiro para saciar o meu desejo e minha vontade de estar ali entre os demais. O único recurso era acompanhar o palhaço perna de pau fazendo a propaganda do circo com suas prosopopeias pelas ruas da cidade e a criançada respondendo: hoje tem espetáculo? tem sinsinhô...oito horas da noite? tem sinsinhô...e o palhaço o que é ? ladrão de muie.
E assim ganhávamos a entrada daquela noite. E o passaporte era uma carimbada na testa. Passaram-se dias e o circo não atraía mais o público e veio a passar perrengues , não tendo sequer alimentação para os animais felinos. O dono do circo, com sua maldade, conversou com alguns meninos para procurar gatos para alimentar o leão e a onça, sendo recompensado por uma entrada no circo. Os meninos andavam perambulando pelas ruas com um saco de estopa até altas horas da noite, a procura desses animais. Mal sabiam eles, que por instinto animal, os gatos sumiram da cidade. Dias depois, o circo tirou a empanada e foi procurar outra freguesia. Depois de uns três meses os gatos começaram a aparecer meio que desconfiados, em cima do telhado e nas cumieiras das casas. Eu criava um passarinho, numa gaiola pendurada na cumieira. E uma certa manhã, um gato estava armando um bote para abocanhar o passarinho, aí eu só falei: lá vem o circo...(risos), e o gato com miados estridentes, escafedeu-se. "lugar que tem circo, gato não põe o pé".
"Circo Transmundial Amazio Lolita, Jurandi da Glória e Chicão de Dió, eram os "guardas" da Rua 24, eles deixavam algumas pessoas entrar por debaixo da lona", disse Joel Marques.
Por Amazio Lolita
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